

A Notícia em Tempo Real
Adriano Nobre de Almeida foi um obreiro indispensável para o crescimento das Assembleias de Deus no Brasil e para o avanço do Movimento Pentecostal no país. Sua trajetória é marcada por um compromisso inabalável com o evangelismo, a fundação de igrejas e a educação cristã.
Nascido em Pacatuba (CE) em 1883, Adriano era filho de seringalistas paraenses e iniciou sua vida como crente presbiteriano. Mais tarde, atuou como comandante de navio pela Companhia “Port of Pará”, onde sua fluência em inglês foi um diferencial crucial. Esse domínio do idioma o levou a se tornar intérprete de Gunnar Vingren e Daniel Berg, os fundadores das Assembleias de Deus no Brasil, logo após sua chegada a Belém em 1910.
Adriano desempenhou um papel essencial ensinando português aos missionários e introduzindo-os no cenário religioso local. Ele não apenas os ajudou na comunicação, mas também abriu portas para suas primeiras ações missionárias, inclusive hospedando-os e apoiando suas viagens evangelísticas.
Consagrado pastor por Vingren em 1916, Adriano Nobre liderou a igreja de Belém enquanto Vingren esteve ausente em viagem à Suécia (1915-1917). Sua atuação foi vital na consolidação da denominação em vários estados brasileiros, especialmente no Norte e Nordeste.
Ele foi enviado ao Ceará em 1914 para dar continuidade ao trabalho iniciado por Maria Nazaré em Uruburetama e posteriormente transferido a Recife (PE) em 1916. Em Pernambuco, ele iniciou os primeiros trabalhos pentecostais e permaneceu até 1918. Foi também o responsável por realizar batismos no rio Potengi em Natal (RN), sendo fundamental na fundação da igreja local, onde permaneceu entre 1918 e 1919.
Adriano também foi o editor da primeira edição da Harpa Cristã em 1922, tornando-se uma figura-chave na organização do hinário oficial das Assembleias de Deus. Sua contribuição musical inclui versões de hinos ainda muito conhecidos, como “Saudosa Lembrança” e “Eu Te Louvo”.
Mesmo enfrentando perseguições e privações, Adriano Nobre manteve um intenso trabalho evangelístico. Ele recusou o convite para liderar a igreja no Rio de Janeiro em 1924, mas permaneceu como um nome de destaque no Movimento Pentecostal.
Sua vida pessoal também foi marcada por um legado. Sua filha Celina casou-se com o pastor Antônio Augusto Rocha, e seu neto Davi Nobre Rocha deu continuidade ao ministério pastoral.
Adriano Nobre faleceu em 1938, aos 55 anos, vítima de tuberculose. Sua vida foi um exemplo de dedicação, sacrifício e visão para a obra de Deus no Brasil. Ele não apenas contribuiu para a expansão geográfica do Movimento Pentecostal, mas também para sua consolidação teológica e cultural, sendo lembrado como um dos grandes pioneiros das Assembleias de Deus no Brasil.
Os vídeos abaixo nos ajudam a entender mais sobre esse personagem: