
A Meta, gigante da tecnologia liderada por Mark Zuckerberg, anunciou uma mudança drástica em suas políticas de moderação de conteúdo, encerrando seu programa de checagem de fatos.
A decisão foi anunciada como parte de um movimento para “restaurar a liberdade de expressão” nas plataformas da empresa, como Facebook e Instagram. No lugar da checagem de fatos, será implementado um sistema de “notas de comunidade”, onde os próprios usuários poderão adicionar contexto a conteúdos considerados enganosos ou polêmicos.
Mudança Estratégica e Alinhamento Político
Em um vídeo, Zuckerberg afirmou que a iniciativa busca reduzir “erros e censura”, alinhando-se a um discurso comum da extrema direita sobre moderação de conteúdo. Ele também expressou críticas ao governo de Joe Biden e aos regulamentos europeus, referindo-se a uma suposta “censura institucionalizada”.
A mudança ocorre em meio a uma aproximação da Meta com o governo do presidente eleito Donald Trump, que elogiou a decisão.
Repercussões Globais
A decisão da Meta gerou uma onda de reações. Elon Musk, proprietário do X (antigo Twitter), chamou a mudança de “incrível”. No Brasil, políticos da direita, como o deputado Eduardo Bolsonaro, celebraram a medida como um golpe contra o que consideram censura judicial.
No entanto, membros do Supremo Tribunal Federal e outras autoridades brasileiras rechaçaram as acusações de “Cortes secretas” e destacaram a transparência das decisões judiciais.
Impactos e Controvérsias
Especialistas e críticos alertam para os riscos de desinformação com a retirada da checagem de fatos. Robert Reich, ex-secretário de Trabalho dos EUA, sugeriu que o movimento da Meta pode estar relacionado ao processo antitruste da FTC (Federal Trade Commission) contra a empresa. Chris Stokel-Walker, analista de tecnologia, destacou que as decisões da Meta têm um impacto profundo tanto online quanto offline, e que a mudança pode representar uma guinada à direita.
Perspectivas Futuras
A Meta afirmou que as novas políticas começarão a ser implementadas nos Estados Unidos, mas o Ministério Público Federal do Brasil já anunciou que irá investigar se as mudanças afetarão também os usuários brasileiros.
A decisão coloca em evidência o debate sobre o equilíbrio entre liberdade de expressão e o combate à desinformação nas redes sociais.
Com essa mudança, a Meta entra em um novo capítulo de seu relacionamento com governos e usuários, enquanto o mundo observa atentamente os desdobramentos dessa decisão controversa.